Você não nasceu para ser lixo

Padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, mais conhecido como Padre Léo (Delfim Moreira, 9 de outubro de 1961 – São Paulo, 4 de janeiro de 2007) foi um sacerdote da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (dehoniano). Morreu no Hospital das Clínicas em São Paulo de infecção generalizada em consequência de um câncer incurado.

Era cantor, compositor, apresentador, pregador e escritor.

Tem 23 livros publicados, a maioria editados pela Editora Canção Nova e pela Loyola. O último intitula-se Buscai as coisas do alto, escrito durante o tratamento contra o câncer.

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Agradecer vai além das palavras

Desde pequenos aprendemos que é preciso agradecer sempre que  alguém nos presta algum serviço. Daí, vamos crescendo com esse ensinamento e colocando-o em prática. Quando alguém é gentil conosco, dizemos obrigado; se nos fazem algum favor, ficamos agradecidos; quando nos presenteiam, agradecemos. Mas e quanto ao Senhor? Lembramos de sermos gratos a ele? Por diversas vezes, não!

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Deus é essencialmente bom e misericordioso. Ele não mede esforços para nos socorrer. O triste é que, geralmente, sequer reconhecemos as maravilhas que Ele faz em nossas vidas. Aliás, nem o exaltamos pelo dom da vida. Jesus já falava, na passagem dos 10 leprosos, sobre a ingratidão humana (Lc 17,11-19). Nela, 10 portadores de lepra são curados por Cristo. Entretanto, apenas um voltou para agradecer. O curioso é que o agradecido era samaritano (grupo rival dos judeus).

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O maior agradecimento que Jesus Cristo espera, na verdade, é glorificar a Deus na sua vida. Para os que vivem dentro da doutrina isso é ainda mais imprescindível. Veja que nesse trecho do evangelho Jesus pergunta: “E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?” (Lc 17,17-18) Essa pergunta, atualizada para nós cristãos é: Vocês vivem dentro da Igreja clamando por mim, mas não são gratos pelo que faço nas suas vidas?

O agradecer, para Jesus, é através do serviço ao seu Reino. Portanto, assim como o leproso curado que volta para agradecer, volva seu viver para Aquele que só te quer feliz. Ele te curou, te cura e continuará a te curar dos males desta vida.  O Senhor também conta contigo para que outros glorifiquem-no. 

Mt 11,21-24

Lc 7,36-50

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Que o medo não te pare

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       “As mulheres saíram depressa do túmulo; estavam com medo, mas correram com muita alegria para dar a notícia aos discípulos” (Mt 28, 8). Esse é um trecho bastante rico para nos ajudar na reflexão sobre o verdadeiro sentido da páscoa, que comemoramos no último domingo. Nos versículos anteriores a este, há o relato de que Maria Madalena e outra mulher tinham ido ao túmulo de Jesus. Lá chegando, encontraram o anjo do Senhor que lhes anunciou a ressurreição de Cristo e que Ele os encontraria na Galiléia. 

       O evangelista Mateus fala que as mulheres estavam com medo e, ao mesmo tempo, correram com muita alegria para anunciar aos outros discípulos a boa notícia. Jesus venceu a morte e isso é mais importante que o espanto pelo qual elas passaram. O medo não é superior a boa nova. Elas, sem muito pensarem, se preocuparam em dizer aos outros que Cristo havia cumprido o que prometeu: morreria, mas ao terceiro dia ressuscitaria dos mortos (Lc 24,7).

    

24/11/2011. G.C.

   Esse versículo é também um convite à legítima páscoa. Jesus já fez sua parte doando sua vida e ressuscitando dos mortos. Cabe a nós fazermos a nossa páscoa: deixar o medo, e outros obstáculos, de lado e praticar os ensinamentos de Cristo. As mulheres tiveram medo, mas correram alegres. Da mesma forma, temos que vencer os temores e vivenciar alegremente a palavra de Deus. Isso significa que a nossa páscoa é diária.

    Estamos acostumados a celebrarmos em nossas igrejas um Jesus vencedor, poderoso, glorioso. Entretanto, ao sairmos dos cultos e/ou celebrações, agimos como se o Filho de Deus estivesse morto e não tivesse ressuscitado. É como se, nas nossas vidas, crucificássemos Jesus todos os dias, em vez de torná-Lo vivo em nossas ações. A cada ato mau que eu renuncio, estou ressuscitando o Senhor no meu viver. Vamos tentar?

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Progrida e ajude o outro a progredir

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Nós estudamos, trabalhamos, buscamos satisfazer nossas inquietações, enfrentamos problemas, etc. Tudo isso envolta de nosso eu: para e por nós. Pouquíssimos são os que pensam no outro. Grande parte das pessoas está interessada no seu bem e dos seus.

Não estou falando de viver em função do outro. Mas nossas escolhas bem que poderiam contemplar o bem comum. 

Para ilustrar nossa realidade, que tal observar o exemplo das mega-empresas, que sugam os recursos naturais e/ou poluem o planeta. Para elas, pouco importam os danos deixados. Mais vale o lucro que obtém. Não poderiam buscar uma maneira de lucrar e preservar a terra? É claro que sim! É tanto que algumas – uma a cada cem - já adotaram o modelo de sustentabilidade.

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Do mesmo modo, o exemplo acima pode e deveria ser aplicado nas nossas relações com as pessoas. Ainda que pareça utopia, é bem possível fazer nossas escolhas diárias baseadas no bem de todos. Se assim agíssemos, quantos miseráveis não deixariam de existir? As mazelas deste mundo, mesmo não sendo extintas, seriam reduzidas de forma a melhorar a vida de todos.

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É importante ressaltar que as máculas não surgiram do nada, fomos nós que as reproduzimos. Os males do mundo são fruto de nossas ações egoístas. Cada um cuidando de melhorar a sua vida e esquecendo-se do Próximo. Um verdadeiro “tiro no pé”.

A coletividade não foi a lição que Cristo nos deixou? Até Ele quis estar junto, embora não precisasse de ninguém para realizar seu projeto. Mas se por acaso tudo isso for apenas um delírio romântico meu, me perdoem.

Rm 15, 1-13
Mt 14,13-21
Mc 8, 34-38
1Cor 13
Rm 12,10-21; 14,19
Fl 2, 1-11
Mt 20, 25-28

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Alegrias demais, felicidade de menos

O que te faz feliz temporariamente? E o tempo todo? Respondidas, estas duas perguntas irão te dizer a chave de suas decisões. Quem disser que não deseja a felicidade toda à vida, está mentindo. Todos nós desejamos ser felizes. O fato é que poucos trilham os caminhos que levam até a almejada e, por vezes, utópica felicidade.  Esquecemo-nos, sobretudo, que Jesus é a estrada certa.

Não adianta procurar por aí maneiras de preencher o vazio que tem seu coração, porque só o Senhor é quem pode completá-lo.  Você pode até encontrar formas de se deleitar por algum período, mas só Cristo é a fonte de tua felicidade eterna. “A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus”, dizia Pitágoras.




Jo 4, 1-34

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Ser discípulo é abrir mão da própria vontade

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Nenhum discípulo de Jesus foi chamado para apenas ouvir sua palavra e, por meio da escuta, adentrar no Reino de Deus. Quem achar que ser cristão é somente isso está iludido. O ser discípulo, por si só, já caracteriza agir conforme os ensinamentos de seu mestre. E a doutrina do Senhor foi ensinada na prática. Ele foi muito além da exortação. (Jo 13,12-17)

A maior e mais bela pregação feita por Cristo Jesus foi a prática da vontade do Pai (Jo 7,16-18). Portanto, quem escolhe o que deve ser feito é Mestre. A Ele pertence a escolha e ao discipulado cabe a obediência.

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O que comumente acontece entre nós é o querer viver o cristianismo do nosso jeito. O Senhor não está interessado em reinar na nossa vida pela metade (Lc 9,57-62). Não é fato que diversas vezes recitamos a parte oração que Jesus ensinou “seja feita a vossa vontade” querendo dizer “seja feita a nossa vontade”? (Mt 6,10) Seguir o Cristo é muito mais que apreciar seus preceitos. Assim sendo, o ideal é buscar fazer o que Ele fez. Abraão é o maior exemplo de que isso é possível.

Recomendações: 
Mt 7,21-29; 21,28-32

Lc 10,30-37

Mc 8,34-35

1Cor 6,12

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Dedique-se a quem você ama na medida certa

 PEDIDO 

Me elogie, me note, 

Dê-me um sorriso, me olhe, 

Fale comigo, me escolhe! 

Deixa que eu lhe mostre 

Que você é minha sorte, 

Minha vida e minha morte. 

Só preciso que seu beijo me molhe 

E de emoção eu chore 

(porque tenho coração mole). 

Meu coração te acolhe! 

Não é assim que se sente um apaixonado? O mais incrível é que nunca nos damos conta desse frenesi – parecido com o acima descrito – presente em nossas palavras e atitudes. Passamos a ser a terra e o outro, pelo qual estamos enamorados, vira o nosso sol. E é aí que mora o perigo! Perigo? Alguns irão me perguntar. Sim, perigo. Porque dedicar toda a nossa vida a alguém é sempre perigoso. Ainda mais quando é um sentimento tão passageiro quanto é a paixão. 

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O ideal, a meu ver, é cuidar e dar tempo para tudo que você gosta. Afinal, quando não se dá atenção, alguém vai sentir falta. Não se pode, ao se apaixonar, dedicar-se inteiramente a uma só pessoa, quando se tem amigos e familiares que também carecem de um pouco de sua atenção. Além disso, deve-se levar em conta que o arrebatamento pode passar e as consequências podem ser várias. Entre elas, o desgaste das relações que você abandonara por causa da paixão avassaladora. 

Bem, pelo sim ou pelo não, recomendo ponderar o excesso de cuidado com um e a ausência com outro. Toda e qualquer relação interpessoal exige-nos zelo. Como diria Antoine de Saint-Exupéry: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. É bom não arriscar, não é mesmo? 

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O que você anda planejando para sua vida?

Poderia escrever mil coisas para falar sobre os nossos planos e os de Deus. Mas acredito que esta pregação do Pr. Gustavo Bessa sintetiza tudo que eu penso a respeito deste tema e ele vai muito mais além. Entretanto, o que sempre digo, quero repetir: Os planos de Deus não devem se adequar aos nossos. Os nossos planos devem ser os planos de Deus.

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O que tens a oferecer?

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O livro de Marcos relata que Jesus estava na frente da arca do tesouro e observava a forma como as pessoas depositavam o dinheiro no cofre. Ele reparou que muitos ricos ofertavam muitas moedas. Em seguida, viu uma viúva que colocou apenas duas moedas. O Senhor, então, disse aos discípulos que ela fora a que mais doou. Depois argumentou que os mais abastados davam aquilo que lhes sobrava; a mulher, entretanto, deu tudo que possuía (Mc 12, 41-44).

Este exemplo de Cristo vem nos advertir que o importante  não é o tamanho ou o quanto a gente se doa. É claro que quanto mais você puder oferecer ao Senhor, melhor. Mas, de nada adianta o fazer sem empregar o devido sentido. Em Isaías, Deus já revelava-nos que era preciso honrá-lo com o coração (Is 29,13). Paulo, nas cartas aos coríntios, também falou que o amor é mais importante (1Cor 13).

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O que você tem para ofertar a Deus, o faça de coração. Mais vale um ato de solidariedade com amor, do que uma pregação feita por obrigação. Ora, Deus vê apenas o nosso coração. Não queira fazer algo grandioso para Ele, se suas possibilidades não permitem. Mas é sempre bom, como dizia Inácio de Loyola, “Em tudo amar e servir”.

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Hoje é o 110º aniversário da escritora/poetisa Cecília Benevides de Carvalho Meireles (RJ,1901 - 1964). Uma mulher cujas palavras me tocam a alma. Minha musa inspiradora e fonte de onde bebo para poder escrever. Por isso, em sua homenagem, faço ressoar o que ela fazia de melhor: 

Sugestão

Sede assim — qualquer coisa
serena, isenta, fiel.

Flor que se cumpre,
sem pergunta.

Onda que se esforça,
por exercício desinteressado.

Lua que envolve igualmente
os noivos abraçados
e os soldados já frios.

Também como este ar da noite:
sussurrante de silêncios,
cheio de nascimentos e pétalas.

Igual à pedra detida,
sustentando seu demorado destino.
E à nuvem, leve e bela,
vivendo de nunca chegar a ser.

À cigarra, queimando-se em música,
ao camelo que mastiga sua longa solidão,
ao pássaro que procura o fim do mundo,
ao boi que vai com inocência para a morte.

Sede assim qualquer coisa
serena, isenta, fiel.

Não como o resto dos homens.


Cecília Meireles, in 'Mar Absoluto'

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Singelo X Requintado

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Em uma lanchonete, olhei os diversos tipos de bolos e tortas para escolher qual eu iria comprar. Àquele ditado “comer com os olhos” aplicou-se mais uma vez. Então comprei a mais enfeitada, pois me parecia mais gostosa. Ao degustar, porém, o sabor não correspondia a beleza. Resultado: acabei gastando um pouco mais, porque a torta mais enfeitada era a que parecia a melhor opção.

Da mesma forma, nós cometemos esse erro todos os dias nas escolhas da nossa vida. Optamos pelo que é mais requintado e deixamos de lado o que é singelo. Esquecemo-nos que grande parte do que nos faz felizes por mais tempo são as pequenas coisas. O simples é suplantado pelo composto porque estamos condicionados a pensar que ele não é o melhor.

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Na carta do apóstolo Paulo aos coríntios capítulo 13, ele fala que fazer grandiosas coisas sem que tenhamos o mais singelo dos sentimentos, o amor, de nada adianta. Isso se aplica a tudo. Experimente começar de baixo e só então passe a aprimorar. Não adianta querer algo grande quando você não tem, nem sequer, o controle sobre o que é mais simples. 

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"Aquele que gosta de ser adulado é digno do adulador." (William Shakespeare)

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Se você é uma pessoa que adora receber elogios e detesta as críticas, é bom rever um pouco seus conceitos. Tal comportamento dá a entender que só a sua opinião é a verdade absoluta e, portanto, não precisa da avaliação de ninguém. Se assim o é, como poderá então progredir ainda mais se não está aberto às novas situações propostas?

Se a crítica for destrutiva, mas tiver um fundo de verdade, não se detenha à intenção e acate o juízo de valor. Não é porque a pessoa falou com o propósito de te ferir que você não irá tirar proveito da opinião dela. Com isso, você acaba mostrando que ao invés de diminuí-lo, a pessoa acabou contribuindo para o seu crescimento.


A teoria é linda e a prática exige esforço, não é mesmo? Mas, acredite, o tamanho da complexidade de tal atitude é diretamente proporcional a sua evolução pessoal. Como cristãos, somos convidados a encarar toda crítica que nos for dirigida como instrumento de crescimento. Para enfrentar as agressivas, lembremo-nos das cartas dos apóstolos que ensinam a correção mútua para a progressão de todos. Tentar não custa nada.

Guernica - O retrato de uma guerra - Pablo Picasso - 1937

Algumas citações sobre correção cristã

2Tm 4,2	1Tm 6,2	1Cor 4,14
Rm 12,8	Cl 3,16	1Tm 5,20
1Tm 5,1	Rm 15,14	Tt 1,13	Mt 18,15

“Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem.” Santo Agostinho

“O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica.” Norman Vincent Peale

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Tire as pedras de seu caminho

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Há pessoas que abusam da misericórdia de Deus e esquecem que Ele também é justo. É evidente que sempre damos uma mancada, mas pisar na pedra e voltar a pisar nela é demais. Não podemos ser como o poema de Carlos Drummond de Andrade onde “no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho” e ninguém que passava por lá a tirava. 

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Se passamos por um obstáculo, mesmo que seja sem maiores esforços, e não removemos ele do local, um dia poderemos esbarrar nele. É, pois, necessário que retiremos qualquer barreira de nossa frente. Um dia ela pode se tornar um abismo entre você e Deus. 


Uma camisa que se rasga pode ser costurada. No entanto, se você volta a rasgar no local costurado, o conserto não será tão fácil assim. Assim, se você enchê-la de rasgos, ela não mais prestará. 
Jesus fala disso: “Ninguém põe remendo novo em roupa velha, porque o remendo de pano novo, contraindo-se, arrancaria parte da roupa velha, e ficaria pior o rasgão". (Mt 9,16) Portanto, cuide para não costurar demais sua vida. Se possível, vista-se de uma roupa nova e se desfaça da velha que só te separa do Senhor. 

De uma forma mais clara, o encontro de Jesus com a mulher adúltera é um das passagens bíblicas mais comoventes e repletas de ensinamento. Ele deixa claro que não veio para julgar, mas que é preciso ter uma atitude de mudança: “Vá e não peques mais”. (Jo 8,11) E quantas vezes não repete isso  para nós quando pedimos perdão? Uma tarefa nada fácil, mas que pode ser realizada. 

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Será que você conhece de verdade?

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Não é incrível como todo mundo diz conhecer Deus e vemos tantas cenas chocantes e notícias ruins? Se, pelo menos, a metade dessas pessoas mostrasse que O conhecem na prática, nossos olhos seriam poupados de ver algumas realidades desagradáveis. Diante disso, não é a hora de repensar se conhecemos, de fato, o Senhor?  E não digo isto por conta própria, digo a partir das palavras de Jesus. Ele falou: “Toda árvore é conhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem se apanham uvas de plantas espinhosas.” (Lc 6,44)

O apóstolo João deixa a sutileza de lado e é bastante incisivo na questão: “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. (1 Jo 2,4) Duras palavras, não é mesmo? Mas deixam claro que o conhecimento de Deus é, no mínimo, a busca para fazer a sua vontade. É óbvio que estamos suscetíveis ao erro, mas isso não pode ser usado como justificativa para deixamos de praticar o que dizemos conhecer.

Entretanto, não se pode sair por aí condenando as pessoas por suas incoerências (Lc 6,37-38). O que cabe a nós é orientar para que o falar esteja condizente com o fazer. (Mt 18,15) Deus, com toda a certeza, ficará muito feliz se todos realmente o conhecesse. (Mt 18,11-14)

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