Um profeta estimado na sua pátria



 “E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa.” (Mt 13,57 ; Jo 4,44 ; Mc 6,4) Este versículo, tão conhecido por cristãos e não-cristãos do “mundo inteiro”, é uma crítica incisiva muito séria ao nosso desprezo para com a palavra de Deus que é transmitida por alguém próximo a nós. E o mais incrível é que, mesmo tendo o conhecimento disso, acabamos repetindo essa história. Alguém de nossa Igreja fala repetidas vezes sobre um aspecto da palavra do Senhor e sua reflexão “entra por um ouvido e sai pelo”. Depois vem o padre, ou pastor, faz basicamente a mesma pregação e dizemos: “— Que belas palavras! Esse homem é ungido mesmo!”. Aí pergunto eu: se os dois conteúdos foram iguais porque só a do líder instituído é considerada como enviada por Deus e a outra não?
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Há também casos em que escolhemos quem é ou deixa de ser um arauto do Senhor. Observe, e é uma situação muito comum, que costumamos buscar escutar a pregação de fulano de tal que nos faz sentir mais perto de Deus e rasgamos elogios para esta pessoa; já outras, por outro lado,  sequer nos damos ao trabalho de escutar. Ora, se não paramos para ouvir, como a Palavra Deus poderá entrar em nossos corações e frutificar nossas vidas? (Jo 12,35-50) Será que os mais próximos de nós também não são instrumentos do Senhor? 

É verdade que existem pessoas com o dom da oratória e, portanto, acabam nos envolvendo com uma pregação dinâmica e que nos leva de fato ao Senhor. Por outro lado, não podemos simplesmente ignorar a palavra de Deus transmitida por um irmão pelo fato dele não se expressar bem e/ou não ter uma boa dinâmica como pregador. Todos nós somos convidados a ser arautos do Senhor, essa não é uma tarefa apenas para os que sabem utilizar bem as palavras. E, na minha concepção, deixar de ouvir o que alguém próximo a você prega é  negar-se a escutar o próprio Cristo. (Lc 10,16) 
  
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Aliás, pior que querer escutar apenas os que falam do Senhor da maneira que mais lhe agrada, é não querer dar atenção ao sermão daquele irmão com quem temos algum desafeto. Nesse caso, existem dois problemas: a discórdia com seu semelhante (especialmente o da mesma Igreja) e a negação da escuta da palavra de Deus. Como é possível que uma contenda com alguém possa ser maior que a necessidade de ouvir o Senhor através dessa pessoa? Jesus nos ensinou que mesmo quando o pregador não é praticante das próprias palavras, devemos ouvi-lo sem, é claro, fazer o mesmo que ele. Veja: “Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: os doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, vocês devem fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imitem suas ações, pois eles falam e não praticam.(Mt 23,1-3)

Em todas essas situações você já se perguntou se realmente anda em busca da palavra de pregadores ou a da de Deus? Se ainda não, é bom começar a refletir sobre tal questão e lembrar que o mais importante não é quem transmite o que o Senhor manda, mas sim o que é transmitido. Quem prega é mero instrumento, apenas um interlocutor. O modo como se prega, é verdade, que varia de acordo com cada pessoa. Porém, é a mesma boa nova que é pregada.
Portanto, seja pelos motivos citados ou por outros, não ignore a palavra do Senhor. Escute de bom grado, independente do pregador. Atenha-se ao que importa. Eram os fariseus que não queriam ouvir Jesus porque sua pregação ia de contra aos interesses individuais deles. Por conta disso, aqueles homens perderam a oportunidade de comungar das palavras do Filho do Homem. Não deixe a graça passar pela sua vida também. Ela pode vir através de seu pai, mãe, irmãos, amigos, namorado (a), noivo (a), esposo (a), inimigos, um desconhecido, etc. De modo especial, estime e faça uso das palavras dos profetas mais próximos de você, eles têm muito a oferecer.


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