A primeira impressão é a que fica?

 Emitir juízo de valor sobre uma pessoa sem, ao menos, conhecê-la é, certamente, algo que todos nós já fizemos. Não tem jeito, basta olhar demoradamente para alguém que logo começamos a elaborar nosso preconceito (no sentido mais lídimo da palavra) acerca do outro, quer seja uma definição boa ou não. Alguns de nós até têm o cuidado de não compartilhar a predefinição, mas outras, por outro lado, fazem questão de “gritar aos quatro cantos do mundo”. São poucos os que procuram primeiro conhecer para saber quem de fato é o outro e, só então, conceituá-lo. Aliás, me pergunto, até que ponto temos o direito de conceituar os outros?

http://microargumentos.blogspot.com.br

Como desculpa para julgarmos o outro, ainda usamos a famosa frase: “a primeira impressão é a que fica”. Pode até ser que fique, mas, a meu ver, não deveria. Ora, nem todos são o que parecem ser, como fala o dito popular “não se julga um livro pela capa”. Quem já não ouviu uma pessoa dizer que o achava chato e, quando o conheceu, descobriu que você não o era? O engraçado — se é que existe algo de engraçado nisso — é que pré-avaliamos os outros, mas ficamos irritados quando alguém nos julga ser o que não o somos, não é mesmo?
Compreendo que às vezes não conseguimos controlar nossos pensamentos e acabamos formulando uma ideia prévia do outro, sem o conhecer de fato. Porém, não temos motivo nem o direito de propagar essa predefinição. É recomendável que procuremos ter contato, antes de qualquer coisa. Porque corremos o risco de colocar pele de cordeiro em lobo ou vice-versa. Pois, como diz outro provérbio: “quem vê cara, não vê coração”. Inúmeras vezes, fazer um conceito antecipado a respeito das pessoas nos priva de conhecê-las verdadeiramente.
Uma ótima ferramenta para não conceituar antecipadamente as pessoas foi dada pelo Senhor Jesus: “E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também.” (Lc 6,31) Portanto, se você não quer que emitam juízo de valor sobre sua pessoa sem conhecê-lo (ou mesmo conhecendo), assim não o faça também. Cristo nos adverte que seremos medidos com a mesma medida que usarmos para medir ou outros. (Lc 6,38)

Nenhum comentário:

Postar um comentário